Incontinência: como lidar?
- Memórias em Sintonia
- 3 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Imagine a vida condicionada pelo medo de perder o controlo da sua bexiga, comprometendo o plano de ir ao teatro, jantar fora com os seus amigos ou usufruir de outros momentos de socialização. Este é o universo dos idosos que sofrem de incontinência urinária, que vivem com receio de realizar atividades do dia-a-dia e, muitas vezes, debatem-se com estados de ansiedade ou depressão, pela incapacidade de controle das funções corporais básicas.

O que é a incontinência?
A incontinência é a perda involuntária de urina, muito comum nos idosos. Cerca de 30% a 60% das pessoas com mais de 60 anos são afetadas por este problema urinário que aumenta progressivamente com a idade. Embora a incontinência seja uma patologia que afeta mais de 200 milhões de homens e mulheres, não é uma patologia inerente ao envelhecimento.
No entanto quando esta se desenvolve pode ter impacto a nível emocional e na vida quotidiana dos idosos. Devido à vergonha associada a esta problemática, os idosos adotam a incontinência como parte das suas vidas, desistindo progressivamente de atividade que gostam, diminuindo a sua qualidade de vida.
Existem fatores de risco e diversas causas para o aparecimento da incontinência urinária nos idosos:
idade avançada
obesidade
diabetes
tosse crônica
obstipação
menor capacidade da bexiga
enfraquecimento dos músculos da bexiga
enfraquecimento dos músculos pélvicos (devido a intervenções cirúrgicas, traumatismos pélvicos ou partos traumáticos por via vaginal)
diminuição da visão e da capacidade de se movimentar rapidamente, o que dificulta a ida à casa de banho
aumento da próstata nos homens
utilização de determinados medicamentos
Tipos de incontinência
Existem diversos tipos de incontinência urinária, destacamos as seguintes:
incontinência urinária de esforço - mais frequente em mulheres, acontece quando a urina escapa por pressão na bexiga (tossir, espirrar, rir ou levanta objetos pesados)
incontinência urinária de urgência - conhecida como bexiga hiperativa, é um desejo súbito e intenso de urinar, normalmente associada a distúrbios neurológico ou diabetes
incontinência urinária por transbordamento - quando o esvaziar da bexiga não acontece convenientemente, mais frequente em homens (o aumento da próstata pode levar à dificuldade de esvaziar a bexiga)
incontinência urinária funcional - existe o controle normal da bexiga, no entanto, uma limitação física ou mental impede o idoso de chegar a tempo à casa de banho
incontinência urinária mista - presença de mais de um tipo de incontinência urinária
Que soluções existem para a incontinência?
Se não forem devidamente acompanhados por profissionais, os idosos que perdem o controle da sua bexiga podem centrar a sua vida à volta deste problema de saúde. Por isso, é importante que os idosos que sofrem de incontinência discutam este problema abertamente com os seus médicos.
Atualmente existe um conjunto alargado de terapias, que ajudam a controlar e a solucionar este problema de saúde tão incapacitante, realizadas em consultório ou em casa. Para os casos onde houve desenvolvimento de quadros de depressão e/ou ansiedade, provocados pela incontinência, deve ser feito um encaminhamento para profissionais da área da psicologia ou psiquiatria.
Tratamento para a incontinência em idosos
A escolha do tratamento pode passar por medicamentos e procedimentos cirúrgicos, no entanto, as primeiras opções de tratamento para a incontinência urinária em idosos são mudanças simples no estilo de vida:
exercícios para músculos pélvicos - conhecidos como exercícios Kegel, fortalecem os músculos, permitindo maior controle da bexiga
urinar em intervalos regulares - ir à casa de banho a cada 2 ou 3 horas para tentar reduzir os episódios de incontinência urinária
restrições na dieta - alimentos de bebidas diuréticos que estimulam a bexiga podem ser reduzidos ou eliminados da sua dieta (chá preto, chá vede, café, álcool, frutas cítricas e alimentos picantes)
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